Os seres humanos tendem a unidade. Porque unidade é segurança.
A formação dos centros urbanos das cidades mais antigas, sem nenhum planejamento prévio, se desenvolveu com a opção natural das pessoas construírem casas confinando com outra casa.
As pessoas estão mais seguras quando estão mais próximas umas das outras.
O país que conhecemos hoje como Alemanha, já foi um punhado de pequenos reinos independentes, como a Boemia, Bavária, Prússia, Pomerânia e outros ducados minúsculos que viviam em guerra, anexando uns aos outros, até a criação da federação alemã, que se tornou o país dos teutônicos como conhecemos hoje.
A mesma coisa na Itália. Cidades estado como Veneza, Nápoles, Florença, Roma, Gênova, Pisa e outras soberanias, atacadas umas pelas outras, e também por inimigos distantes que vinham por todos os lados, inclusive de além-mar, renunciaram suas independências em favor da criação de um Estado Italiano. A Bella Itália.
A Gran Bretanha precisou se tornar um “Reino Unido” para ter paz e prosperar e até os Emirados Árabes cederam a unificação de 7 reinos em pé de guerra, em homenagem a segurança e a prosperidade que o petróleo recém descoberto havia de proporcionar se conseguissem se entender e organizar um país. Graças a esse consenso temos um lindo jardim no meio do deserto chamado Dubai.
Onde falta unidade sobra desconfiança. Veja a situação atual de Rússia e Ucrânia.
No transcurso da história, só a unificação, voluntária ou por anexação, resolveu o problema da guerra, e o século 20 foi particularmente eloquente quanto a enunciar a vocação da humanidade para resolver suas disputas através da guerra.
A Europa, palco dos maiores horrores da primeira e segunda guerras mundiais, percebeu que precisava prevenir que as indizíveis dores do conflito, voltassem a assolar o continente.
Para isso eram necessárias duas coisas. Aprofundar a unidade entre europeus, e melhor regulamentar a guerra.
Diversos tratados sobre leis de guerra foram celebrados no interstício entre guerras e após o fim da segunda grande guerra e a ONU fundada em outubro de 1945.
Já em 1944 surgiu o BENELUX, bloco formado pela Bélgica, Holanda e Luxemburgo, e que funcionava como uma União Aduaneira, ou seja, com redução nas tarifas de importação e exportação entre os países membros.
Em 1952, uniram-se a Benelux a Itália, Alemanha e França e o bloco passou a se chamar Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA)
Em 1957, foi então assinado o Tratado de Roma, que deu origem ao Mercado Comum Europeu (MCE). A partir da assinatura do Tratado de Roma, a Europa vivenciou a integração de suas principais potências econômicas.
Em 1989, entraram para o MCE a Inglaterra, Dinamarca, Portugal, Grécia, Espanha e Irlanda e o bloco passou então a ser chamado de Europa dos 12. Em 92 a União Europeia estava formada, e em 2000 o Euro já estava circulando pelos países membros na região agora denominada Zona do Euro.
Na América do Sul o Mercosul caminha vagarosamente para uma unificação que se traduza em livre trânsito transnacional de pessoas e bens, e que posteriormente possa se tornar uma cooperação jurídica, militar, política e cultural entre os países membros.
Movimentos semelhantes acontecem neste exato momento no mundo inteiro. Em todos os continentes.
O maior obstáculo a estas unificações é a questão da soberania, que sempre é em alguma medida prejudicada, mitigada ou diminuída pela adesão a participação em um bloco de países.
As vantagens para a paz e a estabilidade são tão grandes que muitos estão dispostos a trocar um pouquinho de soberania por um tantão de segurança.
Com a globalização dos mercados é muito provável que em 30 ou 40 anos existam blocos econômicos com moeda unificada em todos os continentes. Possivelmente até os países da Liga Árabe tenham uma moeda comum.
A tendência é que estes blocos aprofundem a unidade, década após década, com a interação permanente entre seus cidadãos e a troca de experiências cotidianas, as culturas se fundem, e um salto de bloco para federação é possível.
Quando isso estiver acontecendo no mundo todo, os próprios blocos e federações estarão vislumbrando mais aprofundamento. Mais unidade. Agora bloco com bloco, federação com federação.
Esse movimento, que é humano e referendado pela história, é uma tendência natural das nossas organizações, e não uma conspiração do anticristo.
O Governo mundial único ( com uma instância central de decisões, com ampla representação, e não totalitário), quando existir, será considerado um produto dos melhores instintos humanos, resultado das escolhas pela aproximação e entendimento, em vez da separação e a guerra.
Em um mundo de governo único (com uma instância central de decisões, com ampla representação, e não totalitário)nada falta aos homens. Pois o que é escasso em um local é abundante em outro, o que sobra a um, envia-se em socorro do outro.
Não haveriam mais guerras nem anexação de territórios, pois neste estágio, tudo pertenceria a todos, e a república seria universal.
Eu sinto ter decepcionado os que gostam de uma boa teoria da conspiração, mas este não é mais um anuncio do fim do mundo e eu penso que toda pessoa que tenha amor pela humanidade e que se preocupe com a preservação da espécie deve ser a favor da Nova Ordem Mundial, com os países cada vez mais unidos, se possível com governo único( com uma instância central de decisões, com ampla representação, e não totalitário).
Todos os milhares de rios que existem no mundo, correm para um único e imenso mar.
Sensação
Vento
Umidade